Tudo o que você precisa saber sobre obesidade

Tudo o que você precisa saber sobre obesidade

Obesidade é um problema de saúde sério e que precisa de tratamento. De acordo com dados de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 26,8% da população brasileira com mais de 20 anos é considerada obesa. “Define-se um indivíduo como obeso quando este apresenta índice de massa corporal (IMC) maior que 30, sendo que as principais causas para esse problema incluem uma alimentação desbalanceada, principalmente rica em açúcar e gorduras, e o sedentarismo, ou seja, a falta de prática regular de atividades físicas”, explica a Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). 

O Dia Mundial da Obesidade (04/03) existe para alertar a população sobre os riscos dessa doença crônica e incentivar a prática de soluções que possam ajudar as pessoas a alcançar e manter o peso saudável, por meio de tratamento adequado que reverta a crise da obesidade em todo o mundo.

De acordo com a Dra. Marcela, a prevenção e o combate da obesidade começam com a adoção de uma alimentação saudável e balanceada. “Incluir atividades físicas na rotina, pelo menos três vezes por semana, é outra boa maneira de afastar os diversos problemas de saúde relacionados ao sobrepeso”, comenta.

 Já para o tratamento da doença, a especialista orienta que a pessoa obesa consulte um médico nutrólogo para receber as orientações corretas, que podem envolver um tratamento multidisciplinar. “O médico especializado é capacitado para prescrever um plano de emagrecimento e combate à obesidade realmente eficaz e saudável, levando em conta as necessidades e características de cada indivíduo. O tratamento multidisciplinar pode incluir, por exemplo, a realização de um exame genético para potencializar a eficácia do acompanhamento nutrológico”, diz Dra. Marcella.

Grupo de risco da covid-19
Segundo informações da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, estudos científicos recentes indicam que pessoas com obesidade são mais vulneráveis às formas graves da covid-19, sofrem mais com a necessidade de ventilação mecânica e com maior mortalidade pela doença. Por esses motivos, fazem parte do grupo de risco da doença.

O que explica essa vulnerabilidade, ainda de acordo com a secretaria, são as relações da obesidade com problemas como disfunções respiratórias, diabetes, doenças no coração e nos rins, além de risco metabólico pela associação com hipertensão, aumento da gordura no sangue e pré-diabetes. 

Demais complicações à saúde
Por oferecer uma série de riscos à saúde da população, a obesidade pode ser considerada um problema de saúde pública. “É um fator de risco para o aumento do colesterol e doenças cardiovasculares, pois o excesso de gordura favorece o acúmulo de placas de colesterol nas artérias coronárias responsáveis por irrigarem o coração, ampliando a predisposição para condições como hipertensão, infarto, insuficiência cardíaca e tromboembolismo”, alerta Dra. Marcella. “Estar acima do peso também pode sobrecarregar os rins, o que, somado ao aumento da pressão arterial, faz com que o órgão perca progressivamente suas funções, deixando de filtrar o sangue e produzir hormônios, o que causa, consequentemente, a doença renal crônica”, acrescenta. 
Doenças como diabetes tipo 2, doença hepática gordurosa não alcoólica e câncer são outras patologias que os obesos têm mais predisposição a desenvolver. 

Obesidade x infertilidade
O controle do peso também pode ser benéfico para diminuir os riscos de infertilidade em homens e mulheres. “Diversos estudos mostram o impacto negativo da obesidade na fertilidade do casal. Mulheres com sobrepeso têm cerca de 25% menos chances de engravidar e aquelas com obesidade apresentam queda na taxa mensal de gravidez de até 50% em relação às mulheres com a mesma idade e com peso normal. Sobre a obesidade masculina, o impacto pode ser ainda maior. Homens obesos apresentam diminuição de até 60% na fertilidade, pois a condição pode ocasionar baixa quantidade e qualidade do sêmen”, afirma o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. 

Crédito da imagem: shurkin_son - Freepik