Saúde: um bem universal!

Saúde: um bem universal!
Após a pandemia, o mundo será diferente. Muitos aprendizados estão sendo oportunizados e já há várias discussões sobre o que precisa mudar e, ao contrário, o que tem que ser intensificado, valorizado. O cuidado com a saúde nunca teve tanta evidência. 

No Brasil, desde a Constituição de 1988, foi implantado o Sistema Único de Saúde (SUS), e a saúde passou a ser encarada como “direito de todos e dever do Estado”. Por meio do SUS, o País apostava no acesso universal e igualitário à saúde. Além da assistência médica, o Sistema prevê uma atenção contínua que vai desde a qualidade da alimentação da população (papel da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa –, vinculada ao SUS) até a prevenção de doenças com a imunização em larga escala. 

Inspirado no sistema inglês, implantado depois da Segunda Guerra, em 1948, o Sistema brasileiro acompanha a ideia de que, mesmo em um regime capitalista, a saúde deve ficar fora da lógica do mercado, procurando um padrão de qualidade e de integração. Um desafio e tanto para atender mais de 200 milhões de pessoas distribuídas em mais de cinco mil municípios. A capilaridade do SUS e a atuação integral, como o programa de saúde da família, por exemplo, podem ser muito relevantes em momentos de epidemia.

Os riscos de não ter acesso universal

A inexistência de um sistema público de saúde pode ser apontada como uma das causas para que um dos países mais desenvolvidos do planeta – Estados Unidos – liderem o ranking de casos e mortes associados ao Covid-19. Lá, o acesso à saúde é privado e, por isso, muitas vezes, por receito de a conta a ser paga ser muito alta, muitos pacientes deixam de procurar assistência no início dos sintomas – o que acaba sobrecarregando o sistema hospitalar.

No Brasil, infelizmente, a falta de investimentos ao longo dos anos escancarou as falhas do Sistema durante a pandemia do novo coronavírus. Mas, segundo especialistas, poderia ter sido muito pior.

Coreia do Sul e Japão, ambos com sistemas públicos de saúde, têm sido apontados como exemplos. Mas lá, ao contrário do Brasil, os investimentos públicos são significativos e contínuos, não variando ao longo dos anos.

Saúde: uma questão para todos

A crise pela qual estamos passando tem sido muito oportuna para refletirmos sobre o mundo em que queremos viver, e a saúde revela aspectos muito interessantes dessa reflexão – ela, mais do que tudo, é coletiva! A necessidade de todos termos cuidados na prevenção do coronavírus, por exemplo, enfatiza o papel de cada um de nós no cuidado com o outro, nossa interdependência. Ao termos usado máscaras para sair às ruas, não estávamos apenas nos protegendo, mas, principalmente, protegendo ao outro. 

Dessa forma, viver em um país onde exista uma política de acesso universal à saúde é fundamental, pois, nessa rede interdependente, um depende do bem estar do outro. E cuidar de si é cuidar de todos. Pode-se pensar, também, que será uma questão a ser considerada em termos planetários – pois o vírus, que começou na China, rapidamente espalhou-se por todos os continentes.

A prevenção é sempre a melhor opção

Amplamente divulgadas, as medidas de prevenção ao Covid-19 são conhecidas e deverão permanecer como hábitos incorporados ao dia a dia de todo o brasileiro, pois são muito úteis, também, para a prevenção de várias outras doenças. A principal delas é lavar as mãos com frequência – usar, preferencialmente, água e sabão e, na falta desses, álcool em gel. Outra medida fortemente recomendada é manter distância de aproximadamente dois metros de outras pessoas e usar máscaras sempre que frequentar ambientes com outras pessoas – como supermercados, farmácias, e até mesmo nas ruas. 

Cuidados essenciais em todos os tempos 

É importante não abrir mão do cuidado com a saúde e aproveitar para fortalecer o sistema imunológico sempre. Além de uma alimentação balanceada, é importante estabelecer uma rotina de exercícios físicos, ter boas noites de sono e manter os laços afetivos. 

Veja a seguir, algumas dicas para manter a saúde em dia:

  • Boa alimentação: mais do que nunca a saúde do corpo e da mente são extremamente importantes. Comprovadamente, uma nutrição equilibrada e saudável ajuda a reduzir o risco de doenças crônicas, como obesidade, doenças cardiovasculares e diabetes e, também, a probabilidade de sofrer depressão e ansiedade. Os melhores alimentos para o cérebro são também os mais saudáveis para o corpo. Os chamados carboidratos  complexos, encontrados em frutas, vegetais e cereais integrais são extremamente benéficos, pois sua energia é liberada lentamente – o que acaba tendo um efeito estabilizador do humor. 
  • Vitaminas: para fortalecer o sistema imunológico, é fundamental a inclusão de alimentos com alto teor de vitaminas A, B, C, D e E, além dos minerais ferro, zinco e selênio. As vitaminas do complexo B têm um papel fundamental para que o cérebro libere os chamados “hormônios da felicidade” – serotonina e dopamina. Elas são encontradas em vegetais verdes, como brócolis e espinafre e, também, em feijões, bananas, ovos, aves, peixes e beterrabas. A carência das vitaminas B6, B12 e de ácido fólico (B9) pode colaborar com a depressão. Outro fator que tem forte influência no humor e no bem estar psicológico é o funcionamento do intestino. Os alimentos probióticos são excelentes alternativas, pois contêm bactérias e leveduras que auxiliam na absorção de nutrientes e no fortalecimento do sistema imunológico. Eles têm efeitos anti-inflamatórios, podem melhorar o humor e as funções cognitivas e, ainda, ajudam no bom funcionamento dos intestinos. São encontrados em alimentos fermentados como iogurte, kefir e kombucha. 
  • Um boa noite de sono: é durante o sono que o corpo se revigora. Já está provado que a privação de sono tem consequências muito amplas para a saúde, além de ter um impacto negativo no bem-estar psicológico. Dormir mal também nos torna mais propensos a desenvolver doenças crônicas, como problemas cardíacos, obesidade e diabetes. Assim como manter uma rotina de boa alimentação, um ritmo uniforme de sono é bastante importante para fortalecer o sistema imunológico. Dormir de seis a nove horas por noite costuma ser o suficiente para a maior parte das pessoas. Ir para a cama e acordar em horários semelhantes todos os dias ajuda, também, a manter uma normalidade na rotina. Se você tem tido problemas para dormir, uma boa dica é não assistir televisão antes de ir para cama e desligar o telefone celular.
  •  Atividade física: nunca foi tão importante manter uma rotina de exercícios físicos. Pode ser a sua chance de transformar isso num hábito para o resto da vida. O exercício físico inunda o corpo com os hormônios da felicidade, auxilia na qualidade do sono, e, ainda, reduz o estresse e a ansiedade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 30 minutos por dia são suficientes.
  •  Afeto e imunidade: mais do que nunca, as conexões com familiares e amigos são essenciais. Além da dieta saudável, da boa noite de sono e da prática de exercício físico, manter o vínculo e trocar afeto é condição básica para a saúde física e mental. 

Cuide da sua saúde. Assim, ganham todos, nós e o planeta.

Fonte: contabilizei.com.br
Crédito da imagem: iStock.com/PeopleImages