Saúde íntima feminina: eleve sua autoestima!

Saúde íntima feminina: eleve sua autoestima!

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), em 2019 o número de mulheres no Brasil (51,8%) era superior ao de homens (48,2%). Esses dados servem para mapear as diferenças entre homens e mulheres e fornecer informações que embasam políticas públicas para reduzir disparidades no acesso à justiça e bem-estar. E nisso também estão incluídas as questões que envolvem a saúde da mulher - um tema que importa muito.

E quando se fala sobre saúde feminina, também é preciso considerar a saúde íntima da mulher. Mesmo sendo um tema ainda considerado tabu, os cuidados com a região íntima são fundamentais para prevenir doenças e promover mais bem-estar e autoestima.

Março é o mês da mulher e também a época de chegada do outono, estação que abre a temporada de dias mais frios em que todas as pessoas devem se atentar à saúde, principalmente as mulheres, no que diz respeito à região íntima. “Isso porque o clima frio é propício para a proliferação de microrganismos nocivos aos genitais. Além disso, nesse período sofremos com queda da imunidade, o que nos torna mais suscetíveis a infecções bacterianas, fúngicas e até virais”, afirma a Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira, ginecologista membro da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). 

Nesse sentido, a especialista recomenda que a higiene da região íntima seja feita diariamente para controlar a quantidade de bactérias e fungos causadores de corrimentos, coceiras e doenças como candidíase e vaginose. “Utilize sabonetes neutros, sem cor, sem perfume e ginecologicamente testados, que vão manter o pH vaginal equilibrado. Mas tome cuidado para não higienizar a região íntima com muita frequência, pois o hábito, quando em excesso, pode causar o ressecamento da região. Por fim, não se esqueça de secar bem o local para prevenir o crescimento de fungos”, destaca. 

Outras medidas indicadas pela médica para evitar o surgimento de problemas ginecológicos dizem respeito ao vestuário. Calças apertadas e calcinhas feitas com tecidos sintéticos, por exemplo, podem ser determinantes para desencadear alterações na saúde íntima da mulher. “Esses tipos de peças abafam a região íntima e favorecem a proliferação de fungos e bactérias que podem causar infecções vaginais. Dê preferência aos tecidos mais leves, que permitam a circulação do ar, e às calcinhas feitas de algodão, tecido natural que permite que a região íntima respire adequadamente”, explica.

Estética íntima
Um tema que vem ganhando espaço atualmente e chamando a atenção das mulheres é a estética íntima, um conjunto de técnicas realizadas para o tratamento e cuidado específico com as partes íntimas femininas, que podem proporcionar mais saúde e elevação da autoestima. 

Geralmente, os procedimentos são feitos para melhorar o aspecto e algumas características da região íntima, como manchas, flacidez e gordura localizada, que podem impactar a autoestima da mulher e influenciar em sua qualidade de vida e sexualidade. 

Essas características podem ser causadas por uma série de fatores, como idade, tabagismo, gravidez e parto, excesso de peso, alterações hormonais e até mesmo técnicas inadequadas de depilação que, com o passar dos anos, alteram a anatomia e estética da região íntima.

Saúde integral
Todas as mulheres têm direito ao acesso à saúde integral, humanizada e de qualidade, livre de qualquer preconceito ou discriminação por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o Ministério da Saúde, manter hábitos saudáveis de vida é a melhor forma de evitar doenças. Uma alimentação balanceada com frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, aliada à uma ingestão menor de gordura, ajudam a ter uma vida mais sadia.

Mulheres apresentam obesidade maior (20,7%) em relação aos homens (18,7%), de acordo com a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). 

Seja para cuidar da saúde de forma integral ou adotar medidas específicas com a região íntima da mulher, a Dra. Ana Carolina recomenda que um especialista seja sempre consultado. “Apenas ele poderá realizar uma avaliação do quadro e dar um diagnóstico correto, indicando o melhor tratamento e as recomendações mais adequadas para lidar com cada caso”, finaliza.

Crédito da imagem: SanneBerg - iStock