Saúde da mulher: cuidados necessários em todas as fases da vida

O Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher (28/05) foi criado para conscientizar a sociedade sobre os diversos problemas de saúde que são comuns na vida das mulheres, como o câncer de mama, a endometriose, infecção urinária, câncer no colo do útero, fibromialgia, depressão e ansiedade. 

Em um cenário ideal, o recomendado é que as mulheres estejam sempre de olho na saúde, realizando consultas periódicas com o ginecologista, desde a adolescência, para prevenir o desenvolvimento dessas doenças e outros distúrbios. Mas, com uma rotina cada vez mais sobrecarregada, também por conta da pandemia, muitas acabam deixando de lado cuidados que são essenciais para uma vida plena.  

“Sabemos que houve uma diminuição considerável do número de mamografias realizadas em 2020 e isso impacta, sem dúvida, no número de diagnósticos de câncer de mama. Associado a isso, também com o excesso de funções, muitas mulheres se alimentam mal, comem mais fast food e, com isso, menos nutrientes, impactando diretamente no ritmo intestinal e em um estado inflamatório crônico que está diretamente relacionado ao câncer”, explica a Dra. Mariana Marcondes M. S. Pereira, médica oncologista da Clínica Médica (Clinonco) e do Hospital Municipal Dr. Mario Gatti. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SMB), para o diagnóstico precoce do câncer de mama, é recomendada a realização anual de mamografia para mulheres a partir de 40 anos de idade. Para a prevenção do câncer do colo de útero, segundo a Dra. Mariana, os melhores métodos são a vacina contra o HPV, disponível na rede pública e privada, e o exame de Papanicolau, sempre que necessário. 

Qualidade de vida e saúde mental
A partir da adolescência, mais precisamente quando ocorre a primeira menstruação, a mulher deve se consultar com um ginecologista para receber orientações sobre cuidados com a saúde feminina e sexualidade. Entretanto, há outros fatores que podem indicar o momento ideal para que a paciente busque por um especialista. 

“Acredito que quando a menina ou a mulher tenha dúvidas sobre qualquer questão relativa ao seu corpo, sua saúde e sexualidade, deve encontrar uma médica que a acolha, consiga tirar suas dúvidas e criar um canal aberto de comunicação para quando precisar”, declara a Dra. Juliana Sperandio, médica da Clínica Alira, ginecologista, obstetra e especialista em Cirurgias Minimamente Invasivas pela USP. 

Além dos exames que são recomendados ser feitos ao longo da vida, a médica afirma que muitos problemas podem ser prevenidos com a adoção de um estilo de vida saudável. “Cuidando dos pilares do estilo de vida, essenciais para a manutenção da saúde, como alimentação, manejo do estresse, redução do uso de substâncias tóxicas, como álcool e tabaco, fazer exercícios físicos regulares e ter atenção aos relacionamentos. A consulta com a ginecologista deve ser feita, ao menos, uma vez por ano, mesmo que não haja queixas específicas”.

O período de pandemia trouxe à luz o fato de que a mulher precisa ter, ainda mais, seu espaço de autocuidado em casa e na vida. Os cuidados com a saúde mental, por exemplo, também precisam ser considerados.  

“Independente das circunstâncias, precisamos estar bem primeiro para que consigamos desempenhar da melhor maneira os papéis que escolhemos desempenhar, e para que possamos viver uma vida plena e feliz. A depressão é uma das doenças que mais causa incapacitação em mulheres, e a mulher apresenta vulnerabilidade marcante a sintomas ansiosos e depressivos, principalmente quando associados à fase reprodutiva. Períodos como o que estamos passando, da pandemia, podem desencadear essas doenças, ou piorar sintomas pré-existentes, comprometendo muito a qualidade de vida. A ginecologista, quando tem bom vínculo com a paciente, consegue identificar esses sintomas e auxiliar a mulher a buscar ajuda individualizada, dentro do seu contexto de vida”, conclui Dra. Juliana. 

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