Quarentena: fique atento aos sinais suspeitos de câncer de pele

Quarentena: fique atento aos sinais suspeitos de câncer de pele

O isolamento social imposto pela pandemia relacionada ao novo coronavírus (SARS CoV-2) tem permitido que as pessoas cuidem mais de si mesmas em vários aspectos: seja com alimentação mais saudável, prática de exercícios em casa ou passando mais tempo com a família. Então, por que não aproveitar também para cuidar da nossa pele?

Apesar de ser o menos incidente dos cânceres de pele (são estimados 8.450 novos casos por ano)[i], o melanoma é o tipo mais agressivo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 55 mil pessoas morram por conta da doença todos os anos, o que representa seis mortes por hora.[ii]

Pensando nisso, o Dr. Antônio Carlos Buzaid, diretor geral do Centro Oncológico da Beneficência Portuguesa de São Paulo e membro do Comitê Gestor do Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein, traz algumas dicas para a realização do autoexame. “Como a maioria das pessoas estão em casa, usem esse tempo para observar todo seu corpo e analisar se há pintas ou manchas que se enquadrem na regra ABCDE”, sugere o médico. Essa regra foi criada para contribuir com o diagnóstico precoce e cada letra representa um ponto a ser analisado:

  • Assimetria: uma metade da pinta ou mancha é diferente da outra parte.
  • Borda: as bordas são irregulares, entalhadas ou dentadas.
  • Cor: muitas vezes apresentam cor desigual. Tons de preto, marrom e canela ou áreas brancas, cinza, vermelha ou azul podem estar presentes.
  • Diâmetro: o diâmetro é maior que 5 milímetros.
  • Evolução: uma pinta ou mancha vem mudando de tamanho, forma, cor, aparência ou coçando ou sangrando.

O oncologista ressalta que esses sinais não significam que você esteja com melanoma, mas são um indicativo para procurar por um dermatologista. “Essa regra é uma maneira que encontramos de ajudar a promover o diagnóstico precoce do melanoma. Dado que, quando identificado em seus estágios iniciais, o câncer é tratável e as chances de cura podem ser superiores a 90%”, reforça Dr. Buzaid.

Com base no estágio da doença e outros fatores (como idade e saúde geral do paciente), as principais opções de tratamento para melanoma são: cirurgia, terapia-alvo, quimioterapia, imunoterapia e radioterapia. Mediante os avanços dos estudos sobre a linha terapêutica mais adequada para cada perfil de paciente, identificou-se que existem dois tipos de melanoma: o que apresenta mutação genética (como o gene BRAF) e o que não apresenta.

Para os casos em que há mutação no gene BRAF - cerca de 50% dos pacientes[iii] -, uma modalidade de tratamento muito efetiva é a terapia-alvo.[iv]-[v] Este tipo de tratamento consiste em medicamentos administrados por via oral que atacam as células tumorais que são portadoras da mutação do BRAF e poupam as células normais, o que garante menos efeitos colaterais, por exemplo.

É importante lembrar que o autocuidado também deve ser dedicado ao maior órgão do nosso corpo, que nos protege de tudo: a nossa pele.

Fonte: Novartis

Referências:
[i] INCA – Instituto Nacional de Câncer: Câncer de pele melanoma. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pele-melanoma. Acesso em abril de 2020.
[ii] Organização Mundial da Saúde (OMS). Globocan 2012: Estimated Cancer Incidence, Mortality and Prevalence Worldwide in 2012. Disponível em: http://globocan.iarc.fr/Pages/fact_sheets_population.aspx.
[iii] Melanoma Skin Cancer. American Cancer Society. Available at: http://www.cancer.org/acs/groups/cid/documents/webcontent/003120-pdf.pdf.
[iv] American Cancer Society. Melanoma skin cancer treatment. Disponível em: http://www.cancer.org/cancer/skincancer-melanoma/detailedguide/melanoma-skin-cancer-treating-general-info
[v] NIH- National Cancer Institute. Treatment Option Overview. Disponível em: https://www.cancer.gov/types/skin/patient/melanoma-treatment-pdq#section/_135