Perda de memória: uma das sequelas do Covid-19

Perda de memória: uma das sequelas do Covid-19

Memória é toda aquisição e armazenamento, é a capacidade de guardar todas as informações que são adquiridas durante a vida, bem como conseguir acessar essas informações, ou seja, adquirir informação, armazenar a informação e evocar essas informações.

Essa aquisição de memória, nada mais é do que o aprendizado, o que cada pessoa aprende no decorrer da vida. “Então, a perda de memória é qualquer coisa que atinge esse processo de aquisição, armazenamento e evocação, ou seja, a capacidade de conseguir recuperar aquela informação que nós adquirimos no decorrer da vida toda”, explica o neurologista professor livre-docente de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Dr. Renato Anghinah.

Segundo o especialista, a perda de memória pode acometer qualquer pessoa, em qualquer idade, embora seja mais frequente com o processo de envelhecimento, a partir dos 60 anos de idade, mas há uma nova situação que têm ocasionado o problema também: o Covid-19.

Este é um acontecimento frequente dentro dos consultórios médicos. “Há relatos de  pacientes que tiveram Covid-19 com quadros sequelares neurológicos, sendo que um dos mais frequentes é queixa de perda de memória ou a condição de raciocínio mais lentificada ou nublada. O Covid-19 deixou essa sequela em 30% dos acometidos. Alguns pacientes têm uma melhora espontânea e outros através de terapia medicamentosa ou cognitivas podem fazer a reabilitação.”

A queixa de perda de memória deve ser sempre investigada. Ela não pode ser ignorada porque pode ser um sinal de que alguma coisa está errada com o organismo. “É importante descobrir o fator causal para que possa ser tratado. Existem muitas possibilidades para que a perda de memória possa ser corrigida ou atenuada. Tem alguns quadros mais graves, que também podem comprometer a memória, mas que também podem ser reversíveis.”

O Dr. Anghinah comenta que existem pacientes que gostam de ter uma avaliação basal, sem ter uma perda de memória propriamente dita, mas porque muitos familiares tiveram, então eles querem saber como está a condição cognitiva deles em estado normal, para quando acontecer alguma coisa, ter como comparar essa condição. “Mas a indicação da investigação fica de fato para aquelas pessoas que têm queixa de perda de memória, independentemente da idade. Dependendo da idade você vai pensar em diagnósticos diferentes, mas quando a perda de memória ou a dificuldade de lembrar coisas está prejudicando as atividades diárias, de maneira que traga um desconforto no processamento da memória do dia a dia, ela deve ser melhor avaliada”.

Crédito da imagem: iStock.com/PIKSEL