Obstetra: fundamental para a vida da mulher e do bebê

Obstetra: fundamental para a vida da mulher e do bebê

Ter a responsabilidade de ajudar casais e mulheres a planejar uma gravidez, acompanhar o desenvolvimento e crescimento do feto, cuidando também do bem-estar da gestante, e realizar o parto para que a mãe dê à luz uma nova vida. Essa é a grandeza da atividade do médico obstetra, profissão celebrada no Brasil, todos os anos, em 12 de abril.

“O planejamento familiar deve acontecer, se possível, de um ano a seis meses antes do desejo de engravidar. Assim, podemos realizar a avaliação assertiva do quadro da paciente e descartar, por exemplo, alguma doença que a impeça de realizar o sonho da maternidade”, explica a Dra. Carla Iaconelli, especialista em reprodução humana. “Hoje sabemos que 40% dos casos têm origem da infertilidade feminina. Já as que foram pegas de surpresa com o resultado positivo devem procurar pelo ginecologista obstetra o quanto antes para começar o acompanhamento com segurança”, acrescenta.

A profissão de obstetra tem origem nos primórdios da civilização, de acordo com informações do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP), quando o ato de parir deixou de ser uma atividade solitária da mulher e passou a necessitar da parteira e da intervenção de um médico. A atuação de médicos na obstetrícia ocorreu no Brasil depois da fundação da primeira escola médica, em 1808, por Dom João VI, abrindo espaço para a introdução do conhecimento médico e determinando a presença da figura masculina na atenção durante a gestação e o parto. A especialidade conquistou autonomia em 1929, com a fundação do British College of Obstetricians and Gynaecologists. 

Gravidez X covid-19
As transformações causadas pela pandemia da covid-19 afetaram a vida de todos, de diferentes formas. Quem tinha o desejo de engravidar, por exemplo, recorreu aos obstetras para, com a ajuda da medicina, preservar as chances para quando a situação da doença estiver mais controlada. “Aumentou significativamente o índice por procura de congelamento de óvulos. Isto é, mulheres que desejam conservar sua fertilidade por causa da idade ou porque não querem engravidar por receio do vírus”, comenta Dra. Carla. 

Já as grávidas tiveram no obstetra um apoio adicional para as orientações sobre como se proteger do novo coronavírus, evitando colocar em risco a sua saúde e a do bebê. “Covid-19 e gravidez ainda é um tema pouco difundido na imprensa e pela opinião pública, infelizmente, por não temos ainda testes e análises gerais com esse público em especial. Mas, o nosso papel neste momento é fundamental para tranquilizar as gestantes e seus familiares, assim como orientar sobre os cuidados com relação ao vírus. Sabemos que o índice de mortalidade é menor”, declara a especialista. 

A importância das consultas
A obstetrícia e a ginecologia são especialidades clínico-cirúrgicas que, juntas, constituem uma das quatro grandes áreas da medicina, responsável pelo cuidado com a saúde da mulher. Dra. Carla explica as principais diferenças que existem no trabalho de ambos os especialistas. “Enquanto os ginecologistas lidam com a saúde feminina, tratam de doenças e prevenção, desde a puberdade e durante toda a vida da paciente, o obstetra cuida de todos os aspectos do cuidado da gestação e do parto”.

Nas consultas com o obstetra, é importante manter o diálogo com o médico e levar suas dúvidas e informações sobre o histórico de saúde. “É de suma importância uma avaliação geral. Solicitamos os pedidos de exames clínicos - imagens e sangue completos, hormônios - e conversamos sobre dados comportamentais, doenças pré-existentes e histórico familiar”, detalha a médica. 

Quando o assunto é o parto e a escolha do tipo mais adequado para a mãe e o bebê, Dra. Carla pondera: “é um tema que tem de ser analisado junto à paciente, avaliando todos os riscos de saúde do filho e da mulher, como idade e doenças”.

Crédito da imagem: wavebreakmedia-micro - Freepik.