Língua Brasileira de Sinais proporciona qualidade de vida e acessibilidade aos surdos

Língua Brasileira de Sinais proporciona qualidade de vida e acessibilidade aos surdos

O Dia Mundial do Surdo é comemorado por membros da comunidade surda, e tem como objetivo relembrar as lutas da comunidade ao longo dos tempos, como por exemplo, a luta em prol do reconhecimento da língua sinais em todo o mundo.

A data do 30 de setembro foi escolhida como dia internacional do surdo por causa do fatídico Congresso de Milão, realizado em 1880, no qual foi criada uma lei para proibir a língua de sinais na educação dos surdos. Isso acabou despertando um isolamento cultural e, consequentemente, a negação da cultura e da identidade surda. Foi o momento mais obscuro da história dos surdos.

O principal objetivo é propor a reflexão e o debate sobre os direitos e a luta pela inclusão das pessoas surdas na sociedade. No Brasil, a Lei nº 10.436/2002 foi um marco importante para a comunidade surda brasileira, ao reconhecer a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão e determinar o apoio na sua difusão e uso pelo poder público. 

Na comunicação por Libras é utilizada a ‘datilologia’ – um sistema de representação simbólica das letras do alfabeto, soletradas com as mãos. Nessa linguagem existem sinais para quase todas as palavras conhecidas. Para a execução dos sinais, usa-se o movimento das mãos, além das expressões facial e corporal, quando necessário.

A língua de sinais não é universal, sendo diferente de um país para outro e muitas vezes de uma cidade para outra, pois sofre variações de acordo com as peculiaridades regionais.

Os surdos constituem 3,2% da população, ou seja, aproximadamente 5,8 milhões de brasileiros e merecem acesso a tudo na sociedade como qualquer outro cidadão.

Surdez é o nome dado à impossibilidade ou dificuldade de ouvir. A audição é constituída por um sistema de canais que conduz o som até o ouvido interno, onde essas ondas são transformadas em estímulos elétricos e enviadas ao cérebro, órgão responsável pelo reconhecimento daquilo que se ouve.

Causas da surdez:

- A surdez de condução é provocada pelo acúmulo de cera de ouvido, infecções (otite) ou imobilização de um ou mais ossos do ouvido.;

- A surdez de cóclea ou nervo auditivo é desencadeada por: viroses, meningites, uso de certos medicamentos ou drogas, propensão genética, exposição ao ruído de alta intensidade, presbiacusia (provocada pela idade), traumas na cabeça, defeitos congênitos, alergias, problemas metabólicos, tumores. 

O tratamento, de acordo com cada caso, é feito com medicamentos, cirurgias, uso de aparelho.

Outros fatores que podem provocar a surdez:

- Casos de surdez na família;

- Nascimento prematuro;

- Baixo peso ao nascer;

- Uso de antibióticos tóxicos ao ouvido e de diuréticos no berçário;

- Infecções congênitas, principalmente, sífilis, toxoplasmose e rubéola.

Tipos de surdez

Ligeira: a palavra é ouvida, contudo, certos elementos fonéticos escapam ao indivíduo. Este tipo de surdez não provoca atrasos na aquisição da linguagem, porém há dificuldades em ouvir uma conversa normal.

Média: a palavra só é ouvida a uma intensidade muito forte; há dificuldade na aquisição da linguagem; perturbação da articulação das palavras e da linguagem; dificuldade em falar ao telefone; necessidade de leitura labial para a compreensão do que é dito.

Severa: a palavra em tom normal não é percebida; é necessário gritar para ter sensação auditiva; perturbações na voz e na fonética da palavra; intensa necessidade de leitura labial.

Profunda: nenhuma sensação auditiva; perturbações intensas na fala; dificuldade intensa na aquisição da linguagem oral; adquire facilmente a língua gestual.

Cofose: surdez completa; ausência total da capacidade de perceber sons.

Prevenção da surdez:

- Nas gestantes, doenças como sífilis, rubéola e toxoplasmose podem provocar a surdez nas crianças. Por isso, faz-se necessária a orientação médica pré-natal. Mulheres devem tomar a vacina contra a rubéola antes da adolescência, para que durante a gravidez estejam protegidas;

- Teste da orelhinha, exame feito nos recém-nascidos permite verificar a presença de anormalidades auditivas;
Cuidado com objetos pontiagudos, como canetas e grampos, pois se introduzidos nos ouvidos, podem causar sérias lesões;

- Atraso no desenvolvimento da fala das crianças pode indicar problemas auditivos, sendo motivo para uma consulta com um médico especialista;

- Uso de equipamentos de proteção para trabalhadores expostos aos riscos ocupacionais provocados pelo ruído;
Acompanhamento da saúde auditiva dos trabalhadores, por parte das empresas, visando eliminar ou reduzir o ruído no ambiente de trabalho.

Fontes: Federação Mundial dos Surdos / Núcleo de Inclusão e Acessibilidade da UFRGS / Secretaria de Educação de Praia Grande (SP0 / Surdo Cidadão

Crédito da imagem: iStock