As leucemias podem atingir crianças, adolescentes e adultos, porém de maneiras diferentes. Alguns tipos da leucemia são mais comuns e apresentam melhor prognóstico em algumas faixas etárias. Enquanto outros tipos são mais frequentes e “fáceis” de serem tratados em outras. Essa diferença acontece, principalmente, devido à biologia celular da doença.
De acordo com o hematologista do Hospital Estadual Mário Covas e membro do Comitê Médico da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), Dr. Ronald Pallotta, as leucemias são o resultado de uma desregulação no controle do ciclo celular.
“Essa desregulação acontece devido às alterações genéticas ocorridas nas células-tronco hematopoiéticas. Isso estimula a proliferação de células anormais e promove a resistência à morte celular”, explica.
Leucemias agudas x leucemias crônicas
O Dr. Pallotta explica que as leucemias são diferentes quando falamos em biologia celular. “A biologia celular de uma leucemia aguda é diferente da biologia celular de uma leucemia crônica. E, obviamente, a biologia celular da leucemia em uma criança é diferente da biologia celular da leucemia em um adulto”, diz o médico.
Enquanto nas leucemias agudas a principal característica é a impossibilidade das células sanguíneas concluírem seu processo de maturação, causando um rápido crescimento de células imaturas (blastos), nas leucemias crônicas as células atingem a maturidade, porém são anormais devido a um erro genético.
Apesar de cada tipo de leucemia manifestar sintomas muito semelhantes em crianças e adultos, cada faixa etária apresenta especificidades da doença. Por exemplo, o período de latência para o adulto é maior que para a criança. Ou seja, o tempo entre ocorrer a mutação das células e aparecerem os sintomas é maior em pessoas na fase adulta.
Além disso, esses dois grupos apresentam respostas diferentes aos tratamentos, dependendo do tipo de leucemia e quais medicamentos são utilizados. “Essas respostas têm a ver com a biologia e um pouquinho com a capacidade orgânica do indivíduo”, explica o médico.
Leucemias agudas em crianças e adultos
É importante dividirmos as leucemias agudas em dois principais grupos: a linfoide e a mieloide. Enquanto a leucemia linfoide aguda (LLA) é o câncer mais comum em crianças, a leucemia mieloide aguda acontece com maior frequência nos adultos. Mas isso não impede que ambas surjam em qualquer fase da vida.
Segundo o Dr. Pallotta, a maior parte das leucemias agudas pediátricas apresentam origem intrauterina e necessitam de eventos adicionais para a ocorrência da doença. Já a LMA está associada a alguns fatores de risco, e um deles é justamente a idade avançada do paciente.
“As taxas de sobrevida das leucemias pediátricas, em geral, vêm aumentando. Isto se deve ao desenvolvimento tecnológico aplicado às técnicas de diagnósticos”, explica o hematologista. Atualmente, a LLA tem a taxa de sobrevida superior a cinco anos, em 90% dos casos infantis. Já a LMA em crianças pode ser um pouco mais complicada de tratar.
Nos adultos, a leucemia linfoide aguda é mais rara, porém apresenta uma complexidade maior no tratamento. Já a leucemia mieloide aguda têm diversas opções medicamentosas, com bons prognósticos para este grupo.
Leucemias crônicas em adultos e crianças
Também é preciso separar estas leucemias em dois grupos: leucemia mieloide crônica (LMC) e leucemia linfoide crônica (LLC).
Nos adultos, a LMC é um dos tipos de leucemias mais comuns e com excelentes prognósticos no tratamento. Os principais responsáveis por respostas tão positivas são os inibidores da tirosina quinase, medicamentos que possibilitam a remissão da doença na maior parte dos pacientes.
Já entre as crianças, existem poucos casos registrados de LMC. Mas o tratamento adotado será o mesmo.
A LLC pode ser considerada raríssima em crianças – estudos apontam apenas 4% dos casos. Os motivos exatos para o seu aparecimento ainda não são conhecidos. Sabe-se que ela não está presente no momento do nascimento, ou seja, ela é adquirida e que não é hereditária.
Já nos adultos, ela é bem mais frequente. Muitas vezes, não apresenta sintomas e é diagnosticada em exames de rotina. O tratamento nem sempre é primeira opção. Em alguns casos, será realizado apenas o acompanhamento do paciente.
Fonte: revista.abrale.org.br
Crédito da imagem: iStock.com/KatarzynaBialasiewicz
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