Infertilidade: alternativas disponíveis no mercado

Infertilidade: alternativas disponíveis no mercado
A infertilidade é um problema que atinge muitos casais brasileiros. Ele é caracterizado, de fato, como um problema, quando as tentativas de engravidar ultrapassam o período de um ano. 

Em média, até os 35 anos de idade, as chances de uma paciente do sexo feminino engravidar ficam em cerca de 25%, sendo que essa taxa cai, conforme a paciente envelhece.

A infertilidade pode ser primária, quando os integrantes do casal nunca tiveram uma gestação anterior, ou pode ser secundária, quando um deles (ou ambos) já tiveram filhos antes dessa tentativa.

Quais são as causas da infertilidade?

Uma das principais causas, capaz de afetar pacientes de ambos os sexos, e que vem se tornando cada vez mais comum, com as famílias se constituindo mais tardiamente, é o envelhecimento. Os gametas (óvulos e espermatozoides) envelhecem e acabam apresentando mudanças que podem dificultar a gravidez ou a manutenção dela até o final.

Entre as causas comuns de infertilidade feminina, pode-se destacar:

  • Mudanças nas texturas do interior do útero da paciente, como endometriose e adenomiose;
  • Mudanças no formato do útero, como útero bicorno ou útero septado e presença de pólipos uterinos;
  • Problemas nas tubas uterinas, como inflamação nas tubas (salpingite), além de obstruções nas tubas uterinas, que podem ficar colapsadas, impedindo que o óvulo chegue até o útero;
  • Problemas relacionados a ovulação;
  • Síndrome dos ovários policísticos;
  • Menopausa precoce;
  • Problemas de tireoide: hipotireoidismo ou hipertireoidismo.

Já as causas comuns de infertilidade masculina incluem:

  • Problemas de ejaculação, como ejaculação retrógrada;
  • Pouca mobilidade dos espermatozoides;
  • Infecções no aparelho reprodutor (como caxumba, prostatites e uretrites);
  • Alterações hormonais;
  • Varicocele;
  • Insuficiência testicular;
  • Alterações anatômicas.

É importante ressaltar que é relativamente comum que os problemas de infertilidade sejam associados em um mesmo casal. Por exemplo, a paciente pode ter síndrome dos ovários policísticos e o paciente pode ter varicocele ou outros problemas.

De modo geral, a infertilidade é uma condição multifatorial, em que inúmeras variáveis estão em cena e precisam ser investigadas a fundo.

Qual o tratamento disponível para a infertilidade?

O tratamento de infertilidade depende diretamente das suas causas.

Em alguns casos, somente o paciente do sexo feminino ou masculino será tratado para resolver a infertilidade, mas é comum que os dois integrantes do casal tenham que realizar tratamentos ou alterações em seu cotidiano (como perder peso ou mudar os hábitos alimentares) para ajudar a aumentar as chances de gestação.

Em alguns casos, a infertilidade é tratada com medicamentos que ajudam a regular o funcionamento dos hormônios ou por meio da realização de procedimentos cirúrgicos para corrigir alterações anatômicas e ajudar a aumentar as chances, não só de ter uma gestação, mas de mantê-la até o final.

Por fim, uma vez que a infertilidade não é sinônimo de esterilidade, novas técnicas médicas podem ser empregadas para auxiliar o casal a ter e a manter uma gestação. 

É o caso, por exemplo, da fertilização in vitro (FIV), em que a união do óvulo com o espermatozoide é feita em laboratório e o embrião obtido é inserido no útero preparado da mãe, para facilitar o processo.

O procedimento tem algumas etapas: estimulação ovariana e indução da ovulação; punção dos óvulos; fecundação; cultivo embrionário; e transferência dos embriões. 
Caso sejam gerados embriões excedentes, o casal pode congelá-los e doá-los ou utilizá-los em um futuro ciclo de FIV, caso, por exemplo, não obtenham sucesso. Depois da transferência, é feito o teste de gravidez para verificar se a técnica obteve sucesso.

A FIV começa com medicação à base de hormônios, que fazem a estimulação dos ovários para que liberem um número maior de óvulos naquele ciclo menstrual. Com mais óvulos, as chances de uma fecundação bem-sucedida em laboratório aumentam.

O tratamento deve ser iniciado nos primeiros dias da menstruação. A paciente faz uso das medicações de estímulo prescritas diariamente por 10 a 12 dias. É importante seguir as orientações médicas para que a estimulação seja feita na intensidade correta.

Uma vez constatado por ultrassonografias e exames de dosagens hormonais que os óvulos estão maduros, (folículos com diâmetro médio de cerca de 18 mm), é administrado outro hormônio, o hCG, que induz a ovulação. Cerca de 35 horas depois, pode ser feita a punção dos ovários.

Esse procedimento é feito em centro cirúrgico. A paciente recebe anestesia e o líquido folicular, que contém os óvulos, é coletado com uma agulha especial. O material coletado é enviado ao laboratório para que os óvulos sejam separados e preparados para a fecundação.

Nesse mesmo dia, ocorre a coleta do sêmen do parceiro, que deve estar em abstinência sexual entre dois a cinco dias. Existe a possibilidade de ser utilizado sêmen doado.

Depois da punção dos óvulos e da coleta seminal, ambos os gametas são manipulados e preparados para elevar as chances de gravidez.

Os óvulos então são fecundados pelos espermatozoides em laboratório, procedimento que pode ser feito de duas formas: FIV clássica ou injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI). Na FIV clássica, óvulos e espermatozoides são colocados em placas de cultura com meios de cultivo e mantidos em incubadoras com condições ideais para que a fecundação aconteça naturalmente. Na ICSI, cada espermatozoide é injetado dentro de cada óvulo.

No dia seguinte, o embriologista avalia se a fecundação aconteceu.

Depois da fecundação, o embrião é monitorado em laboratório até atingir o desenvolvimento ideal para a transferência ao útero da paciente. Isso dura de dois a seis dias, de acordo com o estágio de desenvolvimento do embrião em que ocorrerá a transferência.

Nesse período de cultivo, pode ser feita a biopsia embrionária para pesquisar alterações genéticas, quando houver indicação, identificando alterações que podem levar a abortamentos ou síndromes.

A última etapa é a transferência dos embriões ao útero. Isso requer preparo e pode ser que eles precisem ser congelados para implantação somente no ciclo seguinte.

Os embriões podem ser transferidos em dois estágios do desenvolvimento: clivagem (D2 ou D3) ou blastocisto (D5 ou D6). É nessa fase que deve ser feito o congelamento, caso necessário.

O número de embriões que pode ser transferido é determinado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) de acordo com a idade da mulher:

  • Mulheres até 35 anos: até dois embriões;
  • Mulheres entre 36 e 39 anos: até três embriões;
  • Mulheres com 40 anos ou mais: até quatro embriões.

Fontes: rededrosaoluiz.com.br / materdei.com.br / fernandavalente.com.br
Crédito da imagem: iStock.com/LumiNola