Diabetes: 13 milhões de brasileiros acometidos e que precisam de cuidados especiais

Diabetes: 13 milhões de brasileiros acometidos e que precisam de cuidados especiais

O diabetes continua no topo da lista de doenças crônicas não transmissíveis mais prevalentes no Brasil e no mundo. De acordo com estimativas da International Diabetes Federation (IDF), até 2045, haverá um aumento de 55% no total de casos, ou seja, um incremento de 49 milhões de novos diagnósticos. 

Hoje, no Brasil, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), de abril de 2021, há, aproximadamente, 13 milhões de pacientes com diabetes. 

Segundo informa a endocrinologista pesquisadora no CPCLIN/DASA, diretora da ADJ Diabetes Brasil e coordenadora do Departamento de diabetes mellitus tipo 1 (DM1) adulto da SBD, Dra. Denise Reis Franco, o diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é mais frequentemente diagnosticado em idades mais baixas e índice de massa corporal em homens; no entanto, o fator de risco mais proeminente, que é a obesidade, é mais comum em mulheres. 

Cinquenta por cento das pessoas com DM2 não sabem que têm a doença. Os sintomas são lentos e podem levar anos até o aparecimento de sinais mais evidentes que são: sede constante, vontade de urinar diversas vezes ao dia, perda de peso, fraqueza e cansaço.

Avanços no tratamento do diabetes

A medicina não para de inovar, assim como a indústria farmacêutica, que coloca no mercado sempre novas opções de tratamento, visando a qualidade de vida do acometido pelo diabetes.

A Dra. Denise lembra que um dos grandes avanços na tecnologia associado ao tratamento do diabetes foi a introdução do sensor de glicose e a possibilidade de acesso ao perfil de glicemia de 24 horas, o que possibilita poder trabalhar com o paciente a educação em diabetes, avaliar o impacto dos alimentos no controle de glicemia e efeito do tratamento. 

Para o tratamento do DM1 é necessário o uso de insulinas, combinando insulinas de ação prolongada para cobertura dos períodos entre as refeições e insulinas de ação rápida para cobertura das refeições e correções de glicemia que eventualmente sejam necessárias. “Existem disponíveis no mercado as insulinas humanas regular e NPH, além das insulinas análogas de ação rápida e prolongada. Existe também a insulina inalável de ação ultrarrápida.”

Ela informa ainda que as insulinas podem ser administradas com seringas ou canetas injetoras. “A insulina inalável tem um inalador apropriado. O paciente também pode utilizar a insulina em bombas de insulina.”
Já para o tratamento do DM2, existem várias classes de medicações orais que agem modulando a ação da insulina ou tratando a resistência à ação da insulina. “Entre estas classes de medicamentos, temos a metformina, as sulfoniluréias, a glitazona, os inibidores do DPP4, os inibidores do SGLT2. Existem também medicamentos injetáveis, os agonistas do GLP1 e as insulinas. O tratamento do DM2 é feito com a combinação destas medicações, visando o controle da glicemia e a prevenção das complicações do diabetes”, pontua a Dra. Maria Isabel.

Algumas destas medicações, além de atuarem reduzindo a glicose no sangue, também trazem benefícios adicionais, como melhor controle do apetite, levando à redução do peso. Existem evidências, por exemplo, de que algumas classes de medicações trazem benefícios cardiovasculares também, independente da redução da glicemia.

Crédito da imagem: iStock.com/PIKSEL