Conscientização do autismo: importante e necessária!

Conscientização do autismo: importante e necessária!

O transtorno do espectro autista (TEA) aparece na infância e tende a persistir na adolescência e na idade adulta. Na maioria dos casos, ele se manifesta nos primeiros cinco anos de vida. As pessoas afetadas pelo TEA frequentemente têm condições comórbidas, como epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. O nível intelectual varia muito de um caso para outro, com a possibilidade de deterioração profunda a casos com altas habilidades cognitivas.

O autismo é uma condição que altera o desenvolvimento padrão da linguagem, interação social, processos de comunicação e do comportamento social. O autismo não é uma doença se considerarmos a definição de doença como uma enfermidade.

Isso porque a palavra doença geralmente traz consigo um significado muito negativo, como fragilidade física e risco de morte, por exemplo. Felizmente estes são aspectos que não estão diretamente associados à condição. Ao discutirmos a conscientização do autismo, é sempre muito importante ter em mente que o autismo é um transtorno do desenvolvimento, muito embora as desordens do espectro estejam listadas na classificação de doenças e problemas relacionados à saúde.

Outra coisa muito importante a respeito do TEA é a incidência. Embora ainda tenhamos um longo caminho a percorrer dentro da conscientização do autismo, isso não significa que ele seja raro.

Muito pelo contrário, estima-se que no Brasil existam cerca de dois milhões de pessoas dentro do espectro. As estatísticas também demonstram que destes dois milhões, cerca de 400 a 600 mil deles tenham menos de 20 anos e que aproximadamente 120 a 200 mil sejam menores de cinco anos.

Dentro da perspectiva mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que tenhamos 70 milhões de autistas. Entre as crianças, o autismo é mais comum do que a soma dos casos infantis de câncer, diabetes e Aids. 

Os números podem ser ainda maiores, por isso é importante lembrar que o autismo faz parte da nossa sociedade, e é nosso papel acolher essas pessoas e seus cuidadores com atenção, respeito, cuidado e empatia.
Embora algumas pessoas com TEA possam viver de forma independente, existem outras com deficiências severas que precisam de atenção e apoio constante ao longo de suas vidas. As intervenções psicossociais baseadas em evidência, tais como terapia comportamental e programas de treinamento para pais, podem reduzir as dificuldades de comunicação e de comportamento social e ter um impacto positivo no bem-estar e na qualidade de vida de pessoas com TEAs e seus cuidadores. As intervenções voltadas para pessoas com TEAs devem ser acompanhadas de atitudes e medidas amplas que garantam que os ambientes físicos e sociais sejam acessíveis, inclusivos e acolhedores.

De acordo com o quadro clínico, os sintomas podem ser divididos em três grupos:

- Ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental;

- O paciente é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão;

- Domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que permite levar a vida próxima do normal.

O autismo é um transtorno crônico mas que conta com esquemas de tratamento que devem ser introduzidos tão logo seja feito o diagnóstico e aplicados por equipe multidisciplinar. Envolve a intervenção de médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores físicos, além da imprescindível orientação aos pais ou cuidadores. É altamente recomendado que uma equipe multidisciplinar avalie e desenvolva um programa de intervenção personalizado, pois nenhuma pessoa com autismo é igual a outra.

Fontes: bvms.gov.vr / autimosemdia.com.br

Crédito da imagem: iStock.com/ Tatsiana Volkava