Colesterol: controlar as taxas é preciso!

Colesterol: controlar as taxas é preciso!
O chamado padrão A ou “grande e flutuante” – tem partículas maiores deste LDL, leve que flutua pela corrente sanguínea, sem ter possibilidade de se infiltrar entre as células endoteliais dos vasos sanguíneos para sequer iniciar o processo de formação de placa ateromatosa. Já o LDL tipo B é denso, não flutua e é pequeno o suficiente para se infiltrar sob a superfície das células endoteliais e iniciar a formação da placa. Afinal quem destes é o verdadeiro vilão?! Podemos considerar “ruim” de fato o LDL tipo B, que pode ser associado ao risco de doença cardíaca.
 
Relação triglicérides X colesterol
 
Os triglicérides são um tipo de gordura (lipídio). Os triglicerídeos e o colesterol são tipos separados de lipídios que circulam no sangue. Enquanto o primeiro é utilizado para armazenar calorias não utilizadas e fornecer ao corpo energia, o colesterol é usado para construir células e determinados hormônios. Ambos não conseguem se dissolver no sangue, então circulam em todo o seu corpo com a ajuda de proteínas que transportam os lipídios (lipoproteínas).
 
Podem ser adquiridos por meio da alimentação ou produzidos pelo próprio organismo, no fígado. Quando em excesso no sangue, trata-se de hipertrigliceridemia, condição que pode ocasionar, entre outras coisas, obesidade, esteatose hepática (gordura no fígado) e as doenças cardiovasculares.
 
Este aumento de triglicérides decorre do consumo de substâncias como álcool, farinha e açúcar refinados, ou com excesso de frutose (presente também em bebidas alcoólicas e sucos industrializados, mas, sobretudo, embutida em produtos como xarope de milho ou maça). A frutose transformada em triglicérides pode aumentar o colesterol ruim. Isso porque a frutose não é utilizada pelo cérebro e tampouco músculos, o único órgão com avidez é o fígado, que a processa em LDL e, com isso, ocasiona altos níveis de LDL (75%) e triglicérides altos. Em contrapartida, o consumo da gordura animal aumenta apenas 25% do LDL e não eleva triglicérides.
 
Durante muito tempo colesterol foi erroneamente julgado e as gorduras de origem animal taxadas de vilãs. Quando, na verdade, as doenças cardíacas e obesidade são fruto do consumo da farinha refinada, açúcares e alimentos processados.
 
A relação triglicérides/HDL é de longe o melhor preditor de doença cardiovascular, do que a relação que costuma ser costumeiramente analisada como colesterol/HDL. Esta relação triglicérides/HDL deve ser abaixo de 1,7 – valores superiores significa um risco aumentado.
 
Para decifrar qual é a produção de cada tipo de LDL, deve ser analisado o triglicérides e o HDL colesterol (conhecido como o bom). Veja um modo simples de saber se você tem muito LDL colesterol:
 
● Se o seu triglicérides é baixo e o seu HDL é alto, então seu LDL é do tipo bom.
● Se o seu triglicérides é alto e o seu HDL é baixo, então seu LDL é ruim.

Valores ideais (em mg/dl)
 
As diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) não diferenciam os valores ideais de colesterol total, HDL e triglicérides entre pessoas de baixo, médio ou alto risco:
 
Colesterol total: abaixo de 190;
HDL: acima de 40;
Triglicérides: abaixo de 150.
 
Já os valores máximos de LDL são separados dependendo do grau de risco do paciente:
 
Risco baixo: abaixo de 130;
Risco intermediário: abaixo de 100;
Risco alto: abaixo de 70.
 
A SBC revela que 40% da população, algo estimado em mais de quatro milhões de brasileiros, têm colesterol elevado.

O colesterol passa a ser problema quando ele se encontra em nível elevado, e pode ser um componente fatal para indivíduos com alta propensão a ter um infarto, ou seja, os tabagistas, sedentários, hipertensos e pessoas com mais de 50 anos de idade. Nesses casos, a gordura em excesso pode ser prejudicial, pois ela é fator de risco para a formação de placas que podem “entupir” as artérias. 
 
Como o colesterol elevado é silencioso (dificilmente causa sintomas), a recomendação é que o indivíduo a partir dos 35 anos faça exames laboratoriais anualmente. “É preciso fazer, pelo menos uma vez por ano, exames de sangue para acompanhar as taxas de colesterol. Com isso, o médico consegue analisar os resultados junto com outras informações clínicas que definem se um paciente é de baixo, médio ou alto risco para doenças cardiovasculares.

Fontes: https://www.drbarakat.com.br/colesterol/ e https://drauziovarella.uol.com.br/cardiovascular/conheca-os-niveis-ideais-de-colesterol-no-sangue/
Crédito da imagem: iStock.com/Eoneren