Cânceres ginecológicos precisam ser mais discutidos

Cânceres ginecológicos precisam ser mais discutidos
O câncer de mama ainda é o mais prevalente entre as mulheres no Brasil, e possui o seu mês de conscientização, o Outubro Rosa. Mas, existem outras neoplasias que também requerem atenção e esforços para ampliar o conhecimento da população. O terceiro mais comum em mulheres no Brasil, seguido, respectivamente, pelo câncer de ovário e corpo do útero, da vulva e da vagina. Em geral, mais incidentes na terceira idade, os tumores do trato reprodutor podem também acometer mulheres de outras faixas etárias.

Segundo o oncologista fundador do Instituto Vencer o Câncer (Ivoc), Fernando Maluf, como nem todas essas neoplasias apresentam sintomas no início da doença, as mulheres precisam incluir visitas anuais ao ginecologista, realizarem os exames necessários, como por exemplo o Papanicolau, e não esquecer de contar sobre o histórico de câncer em sua família.

Alguns sinais, esclarece o médico, podem servir de alerta para os cânceres ginecológicos, como dores pélvicas persistentes, não restritas ao período pré-menstrual, inchaço abdominal, flatulência, dor lombar persistente, sangramento vaginal anormal, febre recorrente, dores de estômago ou alterações intestinais, perda de peso acentuada, anormalidades na vulva ou na vagina e fadiga.

“É necessário ficar atenta a qualquer sintoma persistente, uma maneira de aumentar as possibilidades de diagnóstico precoce e início imediato de tratamento. Temos à disposição um novo arsenal de terapias eficazes que atuam em diferentes frentes e conseguem impedir o crescimento do tumor, resultando em maiores chances de controle e proporcionando aumento da expectativa e qualidade de vida à paciente”, destaca.

Câncer de ovário, o câncer silencioso

O câncer de ovário, mais letal que o de mama, costuma ser detectado em estágio avançado, justamente porque é um tumor silencioso, de difícil rastreio. Não existem exames específicos para detectar a neoplasia que acomete o sistema reprodutor. “De cada dez pacientes, apenas duas têm o diagnóstico precoce. Nas demais, a doença é identificada em estágio avançado”, explica o médico. Entre os fatores de risco que devem ser considerados estão: idade superior a 40 anos, histórico familiar, não ter tido filhos ou ter sido mãe após os 30 anos, além do uso contínuo de anticoncepcionais e reposição hormonal.

Apesar de o câncer de ovário ser preocupante, a medicina tem evoluído. Segundo o Dr. Maluf, a primeira linha de tratamento do câncer de ovário, em geral, inclui cirurgia para a retirada do tumor, seguida por quimioterapia. Mas, é possível contar hoje com medicamentos chamados de inibidores de PARP, que atuam no mecanismo de reparo do DNA das células 

Câncer de endométrio

O câncer endometrial é encontrado no revestimento interno do útero, conhecido como endométrio. É um dos tipos de cânceres mais comuns que afeta os órgãos reprodutivos femininos e é o 6º câncer mais prevalente em mulheres em todo o mundo.
 
A boa notícia é que pacientes com este tipo de neoplasia agora têm uma nova esperança. Acaba de chegar ao mercado brasileiro o dostarlimabe. Trata-se de uma imunoterapia para uso em pacientes adultas com câncer endometrial avançado ou recorrente. É a primeira monoterapia com anticorpo monoclonal humanizado disponível no Brasil para esta indicação.

Fonte: GSK
Crédito da imagem: iStock.com/AndreaObzerova