A importância da doação de medula óssea

A importância da doação de medula óssea

O transplante de medula óssea consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula.

O transplante pode ser autogênico ou alogênico. No caso dos autogênicos, a medula provém do próprio paciente. O alogênico é feito a partir de células precursoras de medula óssea obtidas de doador. A escolha entre o transplante autogênico ou alogênico é baseada no tipo de câncer, na idade, no estado geral do paciente e na disponibilidade de um doador compatível.

Depois de se submeter a um tratamento que destrói a própria medula, o paciente recebe a medula sadia como se fosse uma transfusão de sangue. Essa nova medula é rica em células chamadas progenitoras, que, uma vez na corrente sanguínea, circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem. Durante o período em que estas células ainda não são capazes de produzir glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas em quantidade suficiente para manter as taxas dentro da normalidade, o paciente fica mais exposto a infecções e hemorragias. Isso acontece por duas a três semanas e cuidados com a dieta, limpeza e esforços físicos são necessários.

O paciente precisa ficar internado e, apesar de todos os cuidados, os episódios de febre são frequentes. Após a recuperação da medula, o paciente continua a receber tratamento, só que em regime ambulatorial, sendo necessário, em alguns casos, o comparecimento diário ao hospital.

O transplante de medula óssea é a única esperança de cura para muitas doenças do sangue, mas para que seja possível a sua realização é necessário que haja compatibilidade entre o doador e a pessoa doente. 

A cada cem mil pacientes, apenas um doador é compatível. Devido a essa estatística, quanto mais doadores houver, maiores serão as probabilidades de compatibilidade entre as pessoas. 

O que é medula óssea?

Medula óssea é um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecido popularmente por “tutano”. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. 

O que é o transplante de medula óssea?

O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue. O objetivo é reconstituir as funções da medula óssea da pessoa doente através das células normais retiradas da medula óssea saudável de um doador.

Como ser um doador de medula óssea?

É preciso ter entre 18 e 55 anos de idade e ter boa saúde. O candidato a doador deverá procurar o hemocentro mais próximo de sua casa para se cadastrar. Neste local será orientado e poderá tirar as suas dúvidas. Em seguida, será feita a coleta de uma amostra de sangue para realizar os testes de compatibilidade. 

Os dados do doador são inseridos no cadastro do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). Uma vez confirmada a compatibilidade para doação, o doador será consultado para decidir sobre o ato. 

Como é feita a doação de medula óssea?

- A doação de medula óssea é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação de 24 horas.
- A medula é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções.
- O procedimento leva em torno de 90 minutos.
- A medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias.
- Nos primeiros três dias após a doação pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples.
- Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana após a doação.

Há outro método de doação chamado coleta por aférese. Neste caso, o doador faz uso de uma medicação por cinco dias com o objetivo de aumentar o número de células-tronco (células mais importantes para o transplante de medula óssea) circulantes no seu sangue. Após esse período, a pessoa faz a doação por meio de uma máquina de aférese, que colhe o sangue da veia do doador, separa as células-tronco e devolve os elementos do sangue que não são necessários para o paciente. Não há necessidade de internação nem de anestesia, sendo todos os procedimentos feitos pela veia.

Principais doenças que podem ser tratadas com o transplante de medula óssea

- Leucemia

- Anemia Aplástica

- Anemia de Fanconi

- Síndromes Provocadas pela Deficiência Medulas (síndromes mielodisplásticas)

- Linfomas

- Mieloma Múltiplo

- Hemoglobinopatias

- Tumores de Testículos

- Neuroblastomas

Fontes: redome.inca.gov.br
Crédito da imagem: iStock.com/Vadyn Terelyuk